Se Cristo não tivesse existido...



A história mundial é dividida em antes e depois dEle. Isso significa que qualquer grande feito da humanidade terá como referência, na linha do tempo, o que Cristo fez. Mas a presença de Jesus no calendário vai além.  Todo ano, Ele tem pelo menos duas datas cativas: Natal (nascimento) e Páscoa (morte e ressurreição). Dessa maneira fica difícil acreditar que um simples homem poderia ter influenciado tanto o Ocidente e ainda arrebatar 2,3 bilhões de seguidores. O impacto do cristianismo sobre o desenvolvimento do mundo moderno é o que você confere agora.

Santa Casa

Se você já acha que nosso sistema de saúde é precário e os planos de saúde são caros, sem o cristianismo a ideia de tratamento para todos não existiria. A defesa da igualdade nasceu da crença de que todos têm o mesmo valor diante de Deus. O primeiro hospital do Ocidente, por exemplo, foi construído por uma cristã em 400 d.C. O mais antigo em funcionamento, Hotel Dieu (Hotel de Deus), em Paris, foi criado no 7º século d.C. E mais: os conventos contribuíram para o surgimento da enfermagem moderna; a Cruz Vermelha foi criada por um evangélico; e o ensino cristão sobre o cuidado com o corpo tem prevenido muitas doenças.

Amigos da Escola

Até o cristianismo, escola era lugar de elite. A educação das massas, assim como a universidade, tem raízes cristãs. O gosto pelo estudo foi herdado do judaísmo e o incentivo para a alfabetização foi dado na Reforma, para que o povo lesse a Bíblia. Criadas nos anos de 1200, as três primeiras universidades do mundo – Oxford, Paris e Bolonha – eram cristãs. Das 123 primeiras faculdades americanas, quase todas foram organizadas para formar missionários. Sem contar as inúmeras redes educacionais mantidas por igrejas, como a adventista, que atende quase 2 milhões de alunos em 150 países.

Todos são iguais

Considerada uma propriedade do esposo ou pai, a mulher era autorizada a falar em público ou sair de casa. Foi o cristianismo, inspirado no exemplo de Jesus (João 4:9-30; 11:3-11), que deu um novo status à mulher. As crianças também receberam atenção especial de Cristo (Mateus 19:14) e dos cristãos, que construíram orfanatos, combateram o infanticídio e o aborto. Diferentemente dos romanos e atenienses, que escravizavam de 50% a 75% de sua população, os cristãos tiveram influência direta no fim da escravatura do século 19. Seja nos escritos de Paulo (Filemon 16) ou na militância evangélica na Inglaterra e Estados Unidos, cristianismo e dignidade andam de mãos dadas.

Lucro não é pecado

Graças à Reforma, a Europa foi religiosamente preparada para justificar e desenvolver o capitalismo. Ao contrário dos padres que viam no lucro um pecado. Calvino defendeu que a prosperidade era sinônimo da bênção de Deus. Para ele, condenável era cobrar juros em excesso e dos pobres. Posteriormente, os mandamentos bíblicos de não roubar e não cobiçar (Êxodo 20:15,17) seriam utilizados na defesa da propriedade privada. A ética protestante também ensinou que o trabalho não é um mau necessário, mas o único caminho digno para a sobrevivência (2 Tessalonicenses 3:10). A despeito das desigualdades, esse pensamento trouxe muito desenvolvimento – que o digam os Estados Unidos.

Deus e o tubo de ensaio

Hoje supostamente separadas como água e óleo, ciência e religião têm uma longa história juntas. A revolução científica foi precedida pela protestante. Diferentemente dos gregos que só queriam entender a natureza, os cristãos do século 16 estudavam o mundo natural para aproveitar melhor o que Deus havia criado. Para isso, gênios como Francis Bacon, Johannes Kepler, Blaise Pascal e Isaac Newton usaram a razão e a experimentação. Foram os religiosos que fundaram a sociedade científica de Londres, em 1660, e que até hoje, também como cientistas, ajudam no progresso da humanidade.

É verdade que a influência de Cristo não pode ser completamente calculada e nem para por aqui. Ela ganha maior alcance a cada pessoa atraída e transformada pelos ensinos e exemplo do Homem-Deus. Afinal, ninguém como Ele mudou pessoas de tal forma, a ponto de influenciar o mundo. (!)

(Revista Conexão 2.0, 1 Trimestre 2013, p. 24-25, CPB)