Criação em 6 dias?

A linguagem dos capítulos 1 e 2 de Génesis é tecnicamente precisa e linguisticamente clara. Qualquer leitor pode entender que o Autor de Génesis tencionava reportar uma criação que durou seis dias normais, envolvendo a intervenção Sobrenatural de Deus em criar ex-nihilo, e em fazer e moldar alguma coisa básica em outra mais complexa.
Três dos dias (Dia 1, Dia 5, Dia 6) envolvem criação. Os outros três dias (Dia 2, Dia 3, Dia 4) envolvem organização, integração e estruturação do material criado no Dia 1.
A vida foi criada no Dia 5, vida essa partilhada pelo Homem e pelos animais. Um imagem especial de Deus foi criada no Dia 6 que só o Homem tem. A progressão de “simples para complexo” pode parecer seguir a mitologia evolutiva, mas a ordem específica (água >> terra >> plantas >> corpos estrelares e celestiais >> áves e peixes >> animais terrestres >> Homem) contradiz essa posição.
A palavra hebraica para dia (yom) é usada cerca de 3,000 vezes na Bíblia Hebraica e quase sempre tem o significado de um dia normal (24 horas). Nas poucas ocasiões em que a palavra é usada para classificar um período de tempo indefinido, o contexto claramente mostra que o significado da palavra não é um dia normal (“dia da tribulação”, “dia do Senhor”, “dia da batalha”, etc). Sempre que a palavra dia é usada com um número ordinal (1, 2, 1º, 2º, etc) o seu significado é sempre o de um dia normal de 24 horas.
A linguagem de Génesis aparenta ter sido construída de modo a que o leitor não tenha dificuldades em entender que a palavra “dia” nada mais é o de um dia normal. A parte iluminada do dia é chamada de “Dia” e a porção não iluminada é chamada de “Noite”. Depois disso, a “tarde e a manhã” são o Dia 1, Dia 2, etc. A fórmula linguística é repetida em cada um dos seis dias, situação curiosa se os dias tem que ser entendidos como “alegóricos” ou análogos a outra coisa que não ao ciclo dia-noite.
Quando o Criador escreveu os Dez Mandamentos com o Seu Próprio Dedo (sem dúvida a acção mais enfática feita por Deus em Nome da Sua Palavra), Ele especificamente designou o sétimo dia como sendo o dia do “Sabbath” (descanso) em memória e em honra do Seu próprio trabalho durante a Criação (seis dias de criação e ao sétimo dia “descansou” – Êxodo 20:11).
Naquele contexto, falado e escrito Pelo Próprio Deus, a Semana da Criação só pode significar uma semana de 7 dias, sendo que um dos dias é separado como dia Santo.

Conclusão:

Provavelmente ti és daqueles cristãos que acredita nos mitológicos milhões de anos mesmo sendo totalmente anti-evolucionista. A questão é a seguinte: se Deus tivesse criado o universo em seis dias, como é que Ele te poderia demonstrar isso por palavras?
Dito de outra forma: imagina que tu estás no lugar de Deus e queres que a Humanidade saiba que o universo tinha sido feito em 6 dias. Como é que deixarias isso por escrito?
Se fores honesto contigo próprio, vais ver que a forma como tu o revelarias ao Homem é muito parecida (senão idêntica) com a forma como Deus a declarou em Génesis.
Assumindo que o universo tem os mitológicos “milhões de anos”, se Deus é Omnisciente, de certo que Ele saberia que mais tarde ou mais cedo haveriam de aparecer pessoas (criacionistas) a afirmar que Génesis demonstra um universo recente e que Deus criou em seis dias normais. Porque é que Ele não revelou que os dias de criação tinham sido “numerosos como a areia do mar” ou “como as estrelas do céu”?

“Que deveras Te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua semente, como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar” Génesis 22:17

A razão mais lógica é que…Deus não falou em numerosos dias de criação porque Ele não demorou mais do que 6 dias para criar o Universo. Isto é um problema grave para a teoria da evolução (que desesperadamente precisa dos mitológicos “milhões de anos”) mas nada que afecte a ciência ou a História.