Igreja doa dízimos e ofertas aos pobres



Passar a sacolinha durante os cultos de domingo, para cumprir o orçamento não era suficiente para os líderes de uma pequena igreja no Mississípi.

Então, dois anos atrás, o pastor e os líderes da Igreja Batista Traceway na cidade de Clinton começaram a orar sobre a melhor forma de servir a sua comunidade. Após dois meses de oração e jejum, eles ouviram de Deus que deveriam dar todos os dízimos e ofertas alçados pela igreja e doar aos pobres.

“Essencialmente, nossa oração era: Deus, o que podemos fazer para que quando as pessoas olhem para nós elas vejam a Ti?” Explicou o Pastor da igreja, John Richardson (foto), em entrevista ao Jornal Christian Post.

“Quanto mais orávamos mais sentíamos Deus nos dizendo: “Se vocês querem me apresentar para a sociedade tornem-se generosos, porque Eu Sou generoso”, explicou Richardson. “A forma como nós interpretamos que poderíamos realizar a vontade de Deus foi em doar todos os nossos dízimos e ofertas aos mais carentes.”

Apenas 50 pessoas, muitas delas de natureza transitória, frequentam regularmente Igreja Batista Traceway fundada seis anos atrás. No entanto, somente de Abril de 2010 a Abril de 2011, a igreja foi capaz de doar US $ 60.000 para pessoas carentes na comunidade. A igreja começou a doar os dízimos e ofertas no ano de 2009 e desde então as entradas tem aumentado.

O pastor Richardson, que escreveu um livro “Giving Away the Collecting Plate” (Doando a Sacolinha) lançado em Junho desse ano de 2012.

"Tudo o que é ofertado e dizimado em nossa igreja é doado para as mães abusadas, pessoas em situações ruins e basicamente vivendo com as roupas do corpo, pessoas que estão tentando se libertar de vícios, para os que perderam seus empregos, aos que enfrentam despejos por não pagarem suas hipotecas ou precisam de tratamento médico e não podem pagar, casos assim", explica o Pastor Richardson.

Quando questionado sobre como a Igreja foi capaz de operar sem rendimentos provenientes de dízimos, Richardson disse: “Foi um processo interessante.”

Agimos por fé e obediência a Deus. Não sabíamos o que fazer mas criamos na palavra de Deus. Quando fizemos a primeira doação de 100% das entradas, e não restou nada nem para o aluguel. Então líderes de outra igreja vieram falar conosco da Traceway. Eles ainda não sabiam o que estava acontecendo conosco, mas vieram nos dizer que sentiram que Deus lhes tinham ordenado algo a fazer. Eles nos disseram que ficariam honrados se a Igreja Batista Traceway Batista se mudasse para umas instalações da igreja deles que não estava sendo usadas. Eles nos ofereceram tudo, livre de taxas, de aluguel e de contas de luz e água.

“Nós também cortamos o que pudemos de nosso orçamento”, disse Richardson. Ao longo de um ano, notavelmente Deus providenciou doações fora da nossa comunidade para cada uma das necessidades orçamentarias da igreja” continuou Richardson, “quando você realmente começar a viver generosamente, especialmente se você sabe que é algo que Deus lhe pediu para fazer, isso abre seus olhos para o quão incrivelmente generoso Deus é para nós”, disse ele.

“Generosidade não é apenas uma coisa agradável de fazer, mas é provavelmente a resposta para o maior obstáculo espiritual que temos hoje para nos tornar discípulos de Jesus. A generosidade ao próximo carente é um antídoto para a ganância” ensina o Pastor, “a generosidade ajuda você a imitar os caminhos de Deus e tornar-se mais como Ele é. É um pedaço enorme do processo de discipulado que a maioria das igrejas perdeu.”

O livro de Richardson é destinado a ajudar igrejas e cristãos a pensar mais sobre ser generosos. “Trata-se de levar os líderes de igrejas a um lugar onde comecem a olhar para o dinheiro e se perguntarem: Estou vivendo como se esse dinheiro pertencesse a Deus ou pertencesse a mim?”

Richardson é formado em Teologia pelo Golden Gate Baptist Theological Seminary e já serviu como pastor por mais de 10 anos.

Em 2005, quando em meio a amigos, questionava eu sobre a viabilidade em utilizar a maioria das entradas da igreja para ajudar os mais carentes fui zombado como ‘pastor comunista’, creiam-me, nada é pior que ser acusado daquilo que você desgosta. Duas coisas se provam com a experiência da Igreja Traceway, que a Igreja pode sim se manter doando grande parte de suas entradas e que eu preciso escolher melhor minhas amizades.


[HR] Com as devidas ressalvas sobre o uso dos dízimos e das ofertas, tal matéria serve, no mínimo para nossa reflexão crítica. Até o apostolo Paulo [da Bíblia] sendo ele o maior "pastor" daquela época, a fim de alcançar o maior número de pessoas para Cristo, de apresentar da melhor maneira possível o seu Salvador, e de não escandalizar as pessoas de um determinado lugar, não se utilizou dos dízimos, e do dinheiro dos irmãos, para sustento e mantimento próprio. Ele trabalhava para obter o próprio sustento em um horário e em outro horário destinava o tempo exclusivamente em pregar o evangelho (1 Tessalonicenses 2:9). Vale mencionar que em todo o tempo, Paulo viva o evangelho, o que por si só já era um grande sermão. Resultado? Sua pregação foi bem mais eficaz que qualquer outra, ao ponto de ter alcançado o mundo inteiro (Colossenses 1:23)!
Se Paulo utilizou-se dessa estratégia, não utilizando os recursos financeiros da igreja para o sustento dele mesmo, como "ministro" (Colossenses 1:23), o que dizer de como tais recursos podem/devem ser utilizados em nosso tempo, em que a maioria das igrejas (principalmente protestantes) são mal vistas por causa da "cobrança" dos dízimos e ofertas? Vale a pena no mínimo refletir, combatendo assim a alienação em massa, sob a orientação do Espírito Santo, é claro.