Perturbador de Israel


“É você mesmo, agitador de Israel!" (1 Reis 18:17, A Mensagem)

 

Agitador, perturbador, flagelo... Dependendo da versão da Bíblia, foi assim que o rei Acabe chamou ao profeta Elias por este ser duramente crítico às atitudes do rei que eram contrárias à Palavra do Senhor.

 

E assim tem sido a estratégia de muitos líderes religiosos durante séculos: rotular àqueles que têm coragem de adverti-los e criticá-los por sua péssima liderança, por realizarem obras contrárias à Palavra do Senhor, a fim de que eles sejam mal vistos e consequentemente ignorados pelo povo.


E, acredite, tal estratégia tem tido sucesso na grande maioria dos casos. Geralmente, líderes que cometem erros e não os querem corrigir, não aceitam a correção de ninguém e se acham blindados contra a correção divina. É então quando eles demonizam a palavra "crítica" a fim de que todo aquele que se utilizar dessa atitude seja tido como errado, como "dissidente", "possesso", "mau cristão", "revoltado", ou outro rótulo que eles queiram implantar.

 

Obviamente, existem pelo menos dois tipos de críticas e dois tipos de críticos. Isso tanto pode ser percebido tanto semanticamente, quanto na prática, analisando as intenções, os motivos, e a própria Bíblia.

 

Por exemplo: Jesus criticou os fariseus em muitas situações. E os fariseus também criticaram a Jesus em muitas situações. O primeiro, com o intuito de salvar, de não deixar outros se perderem pelas más atitudes deles, e sempre fundamentado na Palavra de Deus. Os últimos, com o intuito de destruir, desqualificar, desacreditar, silenciar as palavras e ações de Jesus, e até poderiam usar as Escrituras fora do contexto para tentar fundamentar seus próprios desejos egoístas.

 

Os grandes homens da Bíblia sempre foram críticos com relação ao pecado. Elias, Jesus, João Batista, Samuel, Abias, Natã, e a lista não para. A diferença dessa crítica é que ela é feita por amor, mesmo sendo dura, e é fundamentada na Palavra de Deus. 

 

Por outro lado, más pessoas também se utilizam da crítica para desencorajar, condenar, e julgar, entre outras coisas, como os fariseus em relação a Jesus. A diferença é que nesse tipo de crítica não há amor e muito menos boa intenção, ou bons motivos. Obviamente, esse tipo de crítica não deveria existir.

 

De todo modo, não rotule e ainda questione todo rótulo, quanto mais quando criam em cima daqueles que costumam reagir criticamente em determinadas situações.


Elias foi rotulado como agitador ou perturbador do povo de Deus. A fim de tentar desvalorizar o Seu poder, Jesus ficou conhecido como Jesus de Nazaré ("pode vir algo de bom de Nazaré?", pensavam), entre outros rótulos. Entretanto, eram eles quem chamavam atenção à Palavra de Deus.

 

Isso não diz nada a você?

 

#LeiaaBíblia #NaContramão


(Henderson Rogers)