É impossível esconder-se de Deus



Onde quer que esteja e o que quer que faça, lembre-se: “Tu és o Deus que me vê” (Gén. 16:13, BN). Nenhuma parte da sua conduta escapa à observação. Não podemos esconder os nossos caminhos do Altíssimo. As leis humanas, embora algumas vezes severas, são muitas vezes transgredidas sem que isto seja descoberto, e, portanto, impunemente. Porém, com a Lei de Deus não é assim. A mais escura meia-noite não é uma capa para o culpado. Pode pensar que está só, mas os motivos do seu coração estão expostos à inspeção divina. Cada ato, cada palavra, cada pensamento, é tão distintamente notado, como se houvesse apenas uma pessoa no mundo inteiro, e a atenção do Céu estivesse centralizada no seu comportamento. (Ellen G. White, Signs of the Times, 11 de setembro de 1844)

O mundo cristão nesta época está inclinado a aceitar os enganos de Satanás em vez de aceitar as palavras de Deus. Muitos separaram-se de Deus por causa de más obras, e não gostam de contemplar Deus ou de conservá-l'O na mente. Não querem ver Deus tal como Adão quando se escondeu da abordagem do seu Pai celestial. Mas não sigamos o exemplo de Adão, pois ninguém da família humana se pode esconder de Deus. Pode desviar a sua face de Deus para não O ver, mas não pode colocar-se onde Deus não o possa ver; pois, para Ele, a escuridão é como a luz, e Ele conhece tudo o que é secreto. (Ellen G. White, Signs of the Times, 3 de outubro de 1895)


Entre as cidades do mundo antigo, na altura em que o reino de Israel estava dividido, uma das maiores era Nínive, a capital do domínio assírio. Fundada sobre as férteis margens do Tigre, logo após a dispersão da Torre de Babel, floresceu através dos séculos, até que se tornou “uma cidade muito grande, que levava três dias a atravessar a pé”. (Jonas 3:3)

No tempo em que Nínive era uma cidade rica e próspera, era também um centro de crime e impiedade. A inspiração tinha-a caracterizado como “cidade sanguinária, cheia de mentiras e de violência”. Naum 3:1. Em linguagem figurada, o profeta Naum comparou Nínive a um leão cruel, rapinante. “Pois quem não sofreu com a tua crueldade constante?”, interroga o profeta. (Naum 3:19)

Embora se tivesse tornado ímpia, Nínive não estava inteiramente entregue ao mal. Aquele que “do Céu... lança o Seu olhar e vê toda a humanidade” (Salmo 33:13), e está “atento para qualquer preciosidade” (Job 28:10), viu na cidade muitos que procuravam alguma coisa melhor e mais elevada, os quais, se lhes fosse dada oportunidade para conhecer o Deus vivo, afastar-se-iam das más obras e adorá-l’O-iam. E assim, na Sua sabedoria, Deus revelou-Se-lhes de maneira inconfundível, para os levar, se possível, ao arrependimento.

O instrumento escolhido para esta obra foi o profeta Jonas, filho de Amitai. A palavra do Senhor foi até ele: “Anda! Vai à grande cidade de Nínive e avisa os seus habitantes de que Eu tenho conhecimento do mal que têm feito.” Jonas 1:1 e 2.

Como o profeta se pôs a pensar nas dificuldades e nas aparentes impossibilidades desta missão, foi tentado a duvidar da sabedoria da ordem. Do ponto de vista humano, parecia que nada se ganharia em proclamar uma mensagem como esta, nesta cidade tão orgulhosa. Ele esqueceu-se, por um momento, de que o Deus a Quem servia possuía todo o conhecimento e era Todo-Poderoso. Enquanto hesitava, duvidando ainda, Satanás sobrecarregou-o com o desencorajamento. O profeta sentiu grande receio, e “decidiu fugir para longe de Deus, indo para Társis. Dirigiu-se a Jope, onde encontrou um barco que ia para Társis. Pagou a sua passagem e entrou no barco para seguir com os seus tripulantes”. Jonas 1:3. (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 265, 266)