A visão de Zacarias 3

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Na profecia de Zacarias é-nos dada uma ilustração muito convincente e impressionante da obra de Satanás e da de Cristo, e do poder do nosso Mediador para vencer o acusador do Seu povo. Em santa visão, o profeta contempla Josué, o sumo-sacerdote, “vestido de vestidos sujos” (Zacarias 3:3), diante do Anjo do Senhor, suplicando a misericórdia de Deus em favor do seu povo, que está em profunda aflição. Satanás está à Sua mão direita, para Lhe resistir. Porque Israel fora escolhido para preservar na Terra o conhecimento de Deus, tinham sido, desde que existiam como nação, o alvo especial da inimizade de Satanás, e ele decidira promover a sua destruição. Não lhes podia fazer nenhum mal enquanto fossem obedientes a Deus; por isso utilizou todo o seu poder e astúcia para os induzir ao pecado. Enganados pelas suas tentações, haviam transgredido a Lei de Deus, separando-se assim da Fonte da sua força, tendo sido deixados para se tornarem presas dos seus inimigos gentios. Foram levados em cativeiro para a Babilônia, e ali permaneceram por muitos anos. Contudo, não foram abandonados pelo Senhor. Foram-lhes enviados os Seus profetas, com repreensões e advertências. O povo foi desperto para reconhecer a sua culpa, humilharam-se perante Deus e voltaram para Ele com arrependimento verdadeiro. Então o Senhor enviou-lhes mensagens de encorajamento, declarando que os livraria do cativeiro e os restauraria ao Seu favor. Isso era o que Satanás estava resolvido a impedir. Já um remanescente de Israel voltara para a sua terra, e Satanás procurava levar as nações pagãs, que eram seus agentes, a destruí-los por completo.

Quando Josué roga humildemente o cumprimento das promessas de Deus, Satanás ergue-se ousadamente, para Lhe resistir. Aponta para as transgressões de Israel como razão por que o povo não devia ser restaurado ao favor de Deus. Reclama-os como presa sua, e requer que sejam entregues nas suas mãos, para serem destruídos. …

Então o Anjo, que é o próprio Cristo, o Salvador dos pecadores, reduz ao silêncio o acusador do Seu povo, declarando: “O Senhor te repreende, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende: não é este um tição tirado do fogo?” (Zacarias 3:2). Israel tinha permanecido durante muito tempo na fornalha da aflição. Por causa dos seus pecados, foram quase consumidos na chama acesa por Satanás e pelos seus agentes, para sua destruição; mas Deus agora tinha metido mãos à obra para salvá-los. Na sua penitência e humilhação, o Salvador compassivo não abandona o Seu povo ao cruel poder dos pagãos. “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega” (Isaías 42:3).

(Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 467-469, CPB)