Ovos de chocolate ou uma tumba vazia?


Jesus, o carpinteiro de Nazaré conta com ampla credibilidade. Historiadores sem nenhuma motivação religiosa escreveram sobre a vida dEle, demonstrando que Sua existência não foi fruto de uma mente em devaneios no primeiro século d. C. Apesar dessa confirmação, a fé cristã não está baseada somente na vida da pessoa de Cristo, mas principalmente em Sua ressurreição. Como bem afirmou o apóstolo Paulo, “se Cristo não ressuscitou, é vã  a vossa fé” (1 Coríntios 15:17).

Não é todo dia que se encontra alguém afirmando ter voltado do mundo dos mortos após três dias na sepultura. Para os críticos do cristianismo, a ressurreição de Jesus é tratada com desprezo e sarcasmo, como fez Richard Dawkins. No Twitter, ele comparou Frankenstein, zumbis e Jesus.
A seguir, você conhecerá evidências de que a história da ressurreição não pode de forma alguma ser comparada aos contos de Mary Shelley, a autora de Frankenstein.

Evidência 1 – Após Sua morte, Jesus foi sepultado por José de Arimateia na tumba dele (Mateus 27:57-61; Marcos 1542-47; Lucas 23:50-56; João 19: 38-42). A informação é importante, já que demonstra que o local do sepultamento de Jesus era conhecido em Jerusalém. Não apenas por isso, mas também porque a proclamação da ressurreição não faria o menor sentido se o corpo ainda estivesse na sepultura. Sendo membro de destaque no Sinédrio (Marcos 15:43), a suprema corte judaica que condenou Jesus, José de Arimateia dificilmente seria um personagem inventado por cristãos que ao longo do primeiro século d.C. ainda nutriam mágoa em relação ao Sinédrio (1 Tessalonicenses 2:14,15). [1]

Evidência 2 – No domingo seguinte após a crucifixão, a tumba na qual Jesus estava sepultado foi encontrada vazia por um grupo de mulheres seguidoras dEle (Mateus 28:1, 2, 5-8; Marcos 16:1-4; Lucas 24:1-3; João 20:1,2). Um leitor moderno das Escrituras deve levar em conta o contexto em que o Novo Testamento foi escrito. Somos informados pelo historiador judeu Flavio Josefo que a mulher não poderia nem mesmo ser testemunha em um julgamento. Ao contrário do que qualquer charlatão poderia planejar, os autores dos evangelhos registraram que as primeiras testemunhas a darem a notícia da ressurreição foram justamente as pessoas com menor credibilidade na época: as mulheres. [2]

Somado a isso, uma rápida lida no capítulo 28 do Evangelho de Mateus mostra que até mesmo o discurso de alguns judeus para encobrir a ressurreição sugere que a tumba estava vazia. Segundo a versão deles, o corpo de Jesus teria sido roubado pelos discípulos. Por que inventar essa história, se o corpo ainda estivesse na sepultura?

Evidência 3 – Em várias ocasiões e em diversas circunstâncias, vários indivíduos e grupos de pessoas presenciaram aparições de Jesus após a morte dEle. Em 1 Coríntios 15:3-7, Paulo cita um antigo credo cristão que deve ter sido produzido nos primeiros anos após a ressurreição. [3] Nesse texto, o apóstolo menciona que Jesus apareceu a Cefas (Pedro), aos 12 discípulos, para mais de 500 pessoas e a Tiago.

Diante de uma afirmação tão extraordinária como essa, alguns sugerem que as pessoas mencionadas acima devem ter tido algum tipo de alucinação. Outros chegam a defender com unhas e dentes que os discípulos de Jesus teriam usado cogumelos que os fizeram delirar! Que alguém pode ter alucinações não é novidade, mas não há qualquer registro psiquiátrico de centenas de pessoas que tenham sofrido a mesma alucinação no mesmo lugar.

Não esperando que seus leitores acreditassem apenas em sua palavra, Paulo afirma que “a maioria” desses “quinhentos irmãos” (que viram Jesus após Sua morte), “ainda vive” (1 Coríntios 15:6). Em outras palavras: se você não acredita no que estou dizendo, vá checar com as testemunhas oculares!

Evidência 4 – Os primeiros discípulos acreditaram na ressurreição de Jesus, apesar de terem toda razão para não acreditar. William Lane Craig, um dos principais pesquisadores do tema da ressurreição e professor no Talbot School of Theology, nos Estados Unidos, sumarizou esse argumento desta forma: (1) o líder estava morto e o judaísmo do primeiro século d.C. não tinha a crença de um Messias morto, muito menos ressurreto; (2) de acordo com a lei judaica, a execução de Jesus O retratou como um herege, um homem sob a maldição de Deus; (3) a crença judaica da vida após a morte não aceitava a ressurreição de um indivíduo antes da ressurreição final, no fim dos tempos. [4]

Qual a melhor explicação para as quatro evidências mencionadas acima? A. N. Wilson, ex-ateu que recentemente se tornou cristão, costumava dizer que um irmão gêmeo ou alguém muito parecido com Jesus O teria representado após Sua morte! [5] Explicação simplória demais para o que aconteceu com os seguidores de Jesus. A ressurreição foi o divisor de águas na vida daqueles homens. Conhecidos pelo egoísmo, incredulidade e fé inconstante, esses homens, depois da ressurreição de Jesus, estavam dispostos a entregar a vida em lugar de negar Aquele que venceu os poderosos braços da morte. Não é à toa que 11 dos 12 apóstolos foram martirizados exatamente por não negar a fé.

Numa conversa particular com o pregador Billy Graham, olhando para os escombros de Berlin, Konrad Adenauer, chanceler alemão que reergueu a Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, disse: “Sr. Graham, fora a ressurreição de Jesus, não sei de nenhuma outra esperança para o mundo”.[6]

Perguntas para discussão:
1. Que diferença faz se Jesus ressuscitou ou não? Leia 1 Coríntios 15:17.
2. Das quatro evidências analisadas neste estudo, qual delas você considera mais interessante? Por quê?
3. Muitos pensam que Jesus apareceu para os discípulos como um espírito. Por que essa ideia não é baseada na Bíblia? Leia João 20:24-28.
4. Que esperança encontramos na ressurreição de Jesus? Leia 1 Coríntios 15:20-26.

Saiba mais:
  • Gary R. Habermas & Michael Licona, The Case for the Resurrection of Jesus (Grand Rapids, MI: Kregel Publications, 2004).
  • Paul Copan. Will the Real Jesus Please Stand Up? A Debate Between Willian Lane Craig & John Dominic Crossan (Grand Rapids, MI: Baker, 1998).
  • Norman Geisler e Frank Turek. Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu (São Paulo: Vida, 2006), p. 299-324.
  • Gary R. Habermas. "A Questão da Ressurreição de Cristo", em Francis J. Beckwith, William Lane Craig, J. P. Moreland. Ensaios Apologéticos: Um estudo para uma cosmovisão cristã (São Paulo: Hagnos, 2006), p. 213-236.
[1] Paul Copan & Ronald K. Tacelli, Jesus' Resurrection: Fact or Figment? A Debate Between Willian Lane Craig & Gerd Lüdemann (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2000), p. 32.
[2] Lee Strobel, Em Defesa de Cristo (São Paulo: Vida, 2000), p. 288.
[3] Jerome Murphy-O'Connor, "Tradition and Redaction in 1 Corinthians 15:3-7", Catholic Bible Quarterly 43 (1981): 582-89; Joseph Kloppenborg, "An Analysis of the Pre-Pauline Formula 1 Cor 15:3b-5 in Light of Some Recent Literature", Catholic Bible Quarterly 40 (1979): 351-67; Joachim Jeremias, The Eucharistic Words of Jesus (Londres: SCM Press, 1966), p. 101-103. As referências citadas fornecem evidências linguísticas suficientes para demonstrar que 1 Coríntios 15:3-7 não é de autoria paulina e se trata de um dos primeiros credos cristãos (talvez o primeiro).
[4] Copan & Tacelli, p. 34.
[5] Gary R. Habermas, "The Late Twentieth-Century Resurgence of Naturalistic Responses to Jesus' Resurrection", Trinity Journal 22NS (2001), p. 179-196.
[6] ravi Zacharias, Pode o Homem Viver Sem Deus? (São Paulo: Mundo Cristão, 1997), p. 214.

(O Resgate da Verdade, p. 53-56, CPB)