[Nossa] autossuficiência de Judá

 

“Entre os muros da cidade constroem um reservatório para guardar a água do tanque velho. Em nenhum momento, pedem ajuda àquele que fez tudo isso; não levam em conta aquele que há muito planejou essas coisas.” (Isaías 22:11, NVT)

Num primeiro momento, é possível que ao ler esse texto referente ao povo de Judá, não seja notado nada fora do normal. Afinal, era necessária a construção de um reservatório de água para abastecer o povo, especialmente em períodos de guerra. Além dessa necessidade, observando os versos anteriores, nota-se que havia brechas (v. 9) nos muros de proteção da Cidade de Davi, de forma que seria preciso demolir algumas casas (v. 10) para usar como material para consertar essas brechas dos muros e reforçar a proteção contra inimigos invasores.

Acontece que, essa foi uma profecia que relatava o que ocorreria a Judá, provavelmente durante a invasão dos exércitos assírios por Senaqueribe em 701 a.C., como registrado na História. O telhado plano das casas, que era local em que as pessoas se reuniam para diversas atividades, tornou-se lugar de diversão, onde o povo se reunia, comendo e bebendo, despreocupadamente (v. 1, 13), enquanto que seus compatriotas perdiam a vida na luta contra os invasores.

É certo que, por inúmeras vezes, Deus não é o causador das coisas ruins que ocorrem, mas sempre que elas ocorrem, sendo causadas ou apenas permitidas por Deus, Ele espera que Seu povo volte-se para o Altíssimo em busca de proteção e arrependimento, no mínimo, de modo que as tragédias acabam cooperando para o bem (ver Romanos 8:28). Mas não foi isso que aconteceu com o povo Judá.

O verso inicialmente destacado revela uma grandiosa obra de arquitetura e engenharia que destinava aos habitantes de Jerusalém as águas de Giom e era completamente inacessível ao inimigo fora da cidade. E esse, entre outros, era um motivo pelo qual o povo não se preocupava: afinal, por seus próprios esforços (pensavam), eles tinham construído tantas invenções magníficas e tinham tantos recursos que já não precisavam mais buscar a Deus, o verdadeiro idealizador e Arquiteto da cidade e de todo o Universo, que os inspirou a terem tantas invenções e proporcionou-lhes tantos recursos. Eles se esqueceram do Senhor e de que só o Eterno poderia dar o auxílio necessário em tempo de angústia. Por confiarem em sua própria capacidade, em nenhum momento pediram ajuda ao Onipotente e sequer levaram em conta Aquele que planejou todos os recursos que agora tinham.

Apesar de ser uma profecia aplicada à antiguidade, esse texto relata algo muito atual. Quantas vezes, após o Senhor prover diversos recursos para que se obtenha a formação acadêmica almejada, o emprego dos sonhos, um relacionamento satisfatório, ou até uma família realizada, entre outras coisas, o ser humano tende a se esquecer do Criador que tudo proveu, de modo a deixar de praticar os Seus ensinos e viver os Seus princípios, por achar que na verdade só dependem de seus próprios esforços e não do Eterno, não é mesmo?!

Isso tem falado com você? Pense direitinho. Como está sua vida, comparada há alguns anos? Após conseguir realizar os seus planos, você permanece leal ao Senhor ou deixou de seguir os ensinos do Eterno?

Se tamanha deslealdade e ingratidão do povo de Judá para com Deus não lhe chamam atenção, de modo que você se sinta motivado a observar suas atitudes diante de todas as bênçãos que o Senhor lhe proporciona, talvez a consequência das atitudes autossuficientes do antigo povo de Deus proferida na Palavra do Senhor venha lhe impactar:

“Até o dia em que vocês morrerem, esse terrível pecado não será perdoado. Eu, o Soberano Senhor dos Exércitos, falei!” (Isaías 22:14, NVT)

Por fim, é necessário ressaltar que esse não foi um decreto arbitrário de Deus. O povo recusou-se a voltar para o Senhor e, enquanto persistiam nessa perversidade e deslealdade, o Senhor não pôde perdoá-los e salvá-los. E por que hoje seria diferente com aqueles que têm a mesma atitude trazida à reflexão nesse texto?

Isso não diz nada a você?

#EstudeaBíblia #NaContramão