O Sábado da Criação



Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica” (Ex 31:13, RA).

O Dr. Hans LaRondelle escreveu o seguinte, em relação ao Sábado: “O sábado foi criado, desde o princípio, para prover um espaço para a comunhão santificadora entre Deus e o homem.” (Christ Our Salvation, p. 70)

Esta declaração nos faz pensar em Adão e Eva na perfeição de sua criação. As palavras do Senhor, explicando que Ele deu o sábado para que soubéssemos que “Eu sou o SENHOR, que vos santifica” tem um significado especial para a humanidade caída. Mas, Adão e Eva foram criados santos. Por que precisavam que uma comunhão santificadora com seu Criador?”

À parte da criação animal os seres humanos foram criados com habilidades maravilhosas. Eles podiam pensar, isto é, pensar da causa para o efeito, e então criar idéias que antes não existiam. Como administradores do jardim e da terra, tinham escolhas a fazer.

Assim como todos os seres humanos, eles estavam cheios de curiosidade. Tinham a exuberância da juventude. Havia tanto para se ver. Havia tanto para ser desfrutado. Os dias eram provavelmente muito curtos para fazer tudo que queriam fazer.

Seus maravilhosos dons e a magnífica criação ao redor poderiam facilmente absorver todo seu pensamento e tempo. Suas habilidades, e o prazer e o estudo do mundo natural não devia tornar-se o principal objetivo de sua vida, pois os separaria do Criador. Para Adão e Eva, e certamente para todos os seres humanos, para se viver e operar devidamente é necessária uma unidade com o Criador.

O Perigo

As seguintes palavra do Dr. Edward Heppenstall descrevem o perigo que existia para Adão e Eva. Criados à “imagem de Deus”, com possibilidades tão grandes diante de si, eles podiam esquecer a Deus.
“O homem nunca deve pensar em si como sendo separado de Deus. O homem não possui qualidade através das quais funciona independente de Deus.” (“Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos…” At 17:28). “No momento em que o homem pensa em si como independente de Deus, destrói sua identidade. Ele já não pode ver a si mesmo ou compreender a sim mesmo como homem”. (Veja Jo 15:5; 17:21-23, Ef 1:10)
Uma citação de Isaías 14:12-14:
“Satanás destronou Deus de sua vida e colocou a si mesmo lá, (no trono). Essa declaração para uma vida independente de Deus era uma declaração de guerra contra o Criador do céu e a da terra. Essa guerra começou no Céu e mudou-se para a terra (veja Ap 12:7-9) (Edward Heppenstall, Salvation Unlimites, p. 8, 11).
A teoria da evolução e também o “naturalismo”, declaram independência de Deus. Elas ensinam que tudo que existe é o universo físico, e toda verdade deve vir da experiência humana e do estudo do mundo físico. Por mais de um século essas teorias dominaram o aprendizado e o ensino. O resultado é uma sociedade amoral na qual cada um decide por si mesmo o que é correto. A sociedade humana não pode existir em paz e segurança sob tais circunstâncias.

A Provisão de Deus

Gênesis 1:31 diz: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.” A criação física se completou em seis dias. Então porque Deus não indicou uma semana de seis dias?

Porque os seres humanos precisam mais do que a criação física pode dar. Posses, coisas materiais são inadequadas para suprir as necessidades dos humanos que foram criados à imagem de Deus. “Não só de pão viverá o homem…” A prescrição de Deus é que precisamos descansar das coisas do tempo e espaço e precisamos comunhão com nosso Criador e Redentor.

Naquele primeiro sábado, Adão e Eva descobriram quem eles eram, e de onde vieram. Começaram a compreender sua posição e propósito na terra. Apenas estando unidos a Deus podiam eles perceber a inteireza de tudo que o ser humano foi criado para ser. Apenas estando unidos a Deus podia o ser humano manter-se moralmente santo. Nunca foi intenção que o homem se tornasse independente de Deus. Adão e Eva precisavam de um descanso semanal de todos os prazeres que encontraram. Esse descanso em Deus era para o seu próprio bem. Precisavam estar conectados ao seu Criador. Precisavam de uma “comunhão santificadora entre Deus e o homem”. Então Deus, através de Seus atos, e por Suas palavras, “fez o sábado” (Gn 2:1-3).

O sábado não foi indicado, como os dias de festas. Foi feito por uma ação de Deus. Tão certo como as árvores, os animais e todas as coisas feitas por Ele, assim existe o Sábado do sétimo dia, pela criação de Deus (Gn 2:1-3). Jesus disse: “O sábado foi estabelecido por causa do homem” (Mc 2:27, 28). Cristo é o Senhor do Sábado. Ele, não os fariseus, nos mostra o seu propósito. É para o nosso bem. Ele, não os fariseus, nos mostra como “santificá-lo”.

Ele conheceu Seu povo. Ele os ensinou. Sua presença realizou o milagre da transformação de vidas (Lucas 4:16, 31-15). Pense naqueles primeiros discípulos que O seguiram em Seu ministério. Eles experimentaram o sábado de um modo novo e abençoado. Era tão diferente da guarda do sábado, prescrita pelos fariseus. Para eles o sábado tornou-se um dia de refrigério. Deus estabeleceu este momento semanal para estarmos com Ele. É tão necessário como, a ar que respiramos, o alimento e a família.

Pense no que Deus nos deus. Muitos adultos, olhando para traz, dizem: “Papai estava sempre trabalhando. Ele nunca tomou tempo para ficar conosco. Ele nos dava coisas, mas eu realmente não o conheço”. Nosso grande Criador toma tempo de Sua administração do Universo para uma comunhão semanal especial com Seu povo de fé.

O sábado da criação nos diz: “Não estamos sozinhos”. Não é como Jacques Monod, cientista e ganhador do prêmio Nobel escreveu: “O homem finalmente sabe que ele está sozinho na infinita imensidão do universo” (Chance and Necessity). Ele quer que acreditemos que nossa existência é resultado de acontecimentos não provados do acaso. Que estamos à deriva em um universo sem propósito ou significado para a nossa existência, exceto aquilo que nossa imaginação pode suprir.

O que teria sido para Adão e Eva terem adquirido consciência e não conhecerem nenhum outro ser? O senso de estar completamente sozinho, em um lugar novo sobre o qual você não conhece coisa alguma, é uma condição assustadora. O que teria sido deles? Tudo que podiam fazer era aprender do que os animais faziam e reagirem. Naquele sábado da criação eles aprenderam que não estavam sozinhos. Mais que isso, experimentaram que o “Deus Criador” também era “Pai”.

O Sábado da Criação Hoje

“Portanto, resta um repouso para o povo de Deus… Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4:9, 14).

(Lúcifer disse: “…serei semelhante ao Altíssimo.”, e para Eva “…vocês serão como Deus…”  Is 14:14; Gn 3:5, NTLH)

A independência de Deus surge da autolatria e resulta no pecado. A independência de Deus rompeu a linha de comunicação que Adão e Eva tinham com Deus. Resultou na decadência e morte. É a causa de todo mal.

Cristo através de Sua vida e morte se tornou o novo “meio de contato”. Agora, como nosso Sumo Sacerdote, “também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus” (Hb 7:25).

Guardar o Sábado em Cristo é uma questão de fé em Cristo. As pessoas precisam conhecer a bênção do descanso do Sábado de Deus. Quando participamos do Sábado de Deus o descanso de torna um sinal da nossa fé em Deus, e da nossa dependência dEle, como Criador, Redentor e Salvador da raça humana. O poder que “… estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida…” e que efetua o “novo nascimento” é o mesmo poder pelo qual todas as coisas foram criadas, e que ressuscitou Jesus da morte. (Ef 2:5; 1:19, Jo 3:3, 5, 6)

Deus como Criador é também uma grande questão na ciência. Não devemos negar nosso “Criador e Redentor”. O apelo final de Deus convida o mundo: “Temei a Deus e dai-lhe glória… e adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7).

“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”, é a testemunha de fé que Deus é Criador. Testifica de Cristo, e da salvação que Ele proveu para nós através de Sua morte na cruz. Testifica que é Seu poder que nos cria para sermos uma nova pessoa. Ele nos elevou e nos capacita a viver diariamente “em novidade de vida” (Rm 6:1, 11). Ele é Aquele que nos santifica, e “Aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória” (Jd 24, 25).

Apenas Deus pode tornar uma pessoa santa. “…guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica”.

Existe uma obra especial que Deus faz nos crentes quando colocam à parte seus próprios negócios e atividades e focalizando no Senhor Jesus Cristo, “Lembram do dia de sábado, para o santificar”.

Toda a vegetação se volta para luz. Ao fazer isto, a energia do sol causa mudanças na planta. Do mesmo modo, o sábado nos convida a deixar de lado nossas atividades semanais que consomem tempo, e nos voltarmos completamente ao nosso Senhor e Salvador. Ao O contemplarmos, em Sua Palavra, em Suas obras na natureza, e em Sua obra por nossa salvação, mudanças ocorrem em nós. 2 Co 3:18, estamos sendo transformados, e O adoramos!

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura…” (2 Co 5:17). O sábado é e para sempre será uma parte da criação original de Deus e de Sua nova criação (Is 66:23).